O Centro Histórico e o City Marketing

Abdon Barretto Filho – Economista e Mestre em Comunicação Social

Em qualquer cidade do mundo deve existir um centro histórico para chamar de seu por cada habitante e referência para cada visitante. É no centro histórico que são identificados os primeiros investimentos realizados na cidade, geralmente em locais das feiras livres, templos religiosos, mercados públicos, prédios para os governantes,  hospitais, teatros, parques, jardins, residências, quarteis militares, bombeiros, entre outros equipamentos e serviços civilizatórios. Na realidade, cada edificação tem sua história que pode ser lembrada e valorizada pelos moradores e pelos visitantes. O centro histórico é a área mais antiga da cidade, onde começou a urbanização. Nas minhas visitas nacionais e internacionais, como turista e como economista e profissional de marketing de cidades ( City Marketing), tenho aprendido muito com as ações e omissões dos governantes e lideranças locais. Nas minhas palestras, mentorias e textos publicados, tenho apresentado uma série de contribuições sobre o tema.   Em algumas cidades, os centros históricos são abandonados e dominados pelos moradores de ruas e marginais, resultantes de ausências de políticas  públicas e gestões descompromissadas com a preservação da memória cultural do local. Em outras cidades, acontece o inverso,  com as presenças marcantes das gestões públicas e privadas garantindo que o centro histórico seja bom para visitar e bom para morar. Existem cidades, que ainda não despertaram para a valorização da parte antiga da cidade. Também ainda existem cidades que querem destruir os prédios antigos, geralmente, pressionados pelas especulações imobiliárias e das visões  míopes de algumas lideranças públicas e privadas. Logo, cada cidade tem o seu  centro histórico de acordo com as opções dos seus  moradores, eleitores, investidores e seus respectivos planos diretores que devem incluir sustentabilidade ambiental, social e econômica. Os profissionais realizam diagnósticos e prognósticos  determinando objetivos, orçamentos  e cronogramas para execuções de obras e implantações de equipamentos e serviços adequados. O grande problema é a continuidade de cada proposta. As mudanças de gestor público e a falta de engajamento do setor privado prejudicam as metas. Nas aplicações do marketing das cidades, o grande desafio é o conceitual. As estratégias comunicacionais devem incluir visões antropológicas e sociológicas sobre os pertencimentos dos habitantes, melhorando as suas vidas e capazes de atraírem visitantes. O processo envolve educação, cultura, gestão  e investimentos em ruas, avenidas, sinalizações, parques,  jardins, mobilidade urbana, iluminação pública, segurança pública, entre outras. São ações profissionais e transversais que  envolvem as comunidades e as lideranças. Os  anúncios na mídia tradicional ou na mídia digital podem  realizar engajamento individual e o pertencimento de cada morador. Entretanto, para completar, são necessários registros de boas experiências, eventos locais, redes comunitárias, histórias e estórias valorizando nossa terra, nossa gente através da preservação do patrimônio histórico e cultural. Será ? Respeitam-se todas as opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.

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Abdon Barretto Filho

Economista e Mestre em Comunicação Social. Especializado em Economia, Comunicação e Marketing aplicados às Cidades ( City Marketing),Empresas e Entidades, destacando-se Eventos, Hotelaria, Hospitalidade e o Turismo. Consultor, Conferencista, Conselheiro, Diretor, Escritor, Colaborador em Veículos de Comunicação

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Abdon Barretto Filho
Economista e Mestre em Comunicação Social.

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