O maior evento cultural festivo do mundo, comemorado principalmente no Brasil e envolvendo milhões de pessoas nas mais diversas cidades, tem uma história interessante que remota à civilização grega.
De acordo com os historiadores, o Carnaval tem sua origem na Antiguidade nos cultos agrários da Grécia, entre os anos de 605 a 527 a.C. A festa comemorava a fertilidade e a produtividade do solo. O Carnaval pagão teria iniciado quando foi oficializado o culto a Dionísio na Grécia, no século 7 a.C. Na época, a maior concentração carnavalesca estava no Egito. Os Egípcios dançavam e cantavam em volta de fogueiras, com máscaras e disfarces que simbolizavam a inexistência de classes sociais, permitindo uma alteração na ordem social.
Desta maneira, os escravos e servos assumiam os lugares dos senhores e a população aproveitava para se divertir. Entre os séculos 7 a.C. e 6 a.C., a tradição se espalhou na Grécia e em Roma. Em 590 d.C., quando a Igreja Católica oficializa a festa, passa existir o Carnaval cristão. O nome da festa tão aguardada pelos brasileiros, de acordo com estudiosos, é derivada do latim “carne levare” ou “afastar-se da carne”.
A Igreja Católica incorporou o Carnaval em seu calendário, para designar a véspera da Quarta-Feira de Cinzas, dia em que se inicia a exigência da abstenção de carne, ou jejum quaresmal. Antes, o Carnaval era condenado devido seu caráter pecaminoso. Assim, a festa marca os três dias que antecedem a abstinência de carne requerida pela quaresma.
No Brasil, o Carnaval chegou em 1723, com os portugueses das Ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde. O primeiro registro de baile carnavalesco é de 1840. Em 1855, apareceram os grandes clubes carnavalescos no Rio de Janeiro originando as escolas de samba. No século 20, surgem os cordões e blocos em desfiles pelas cidades. No Carnaval de 1917, foi registrada a gravação do primeiro samba brasileiro denominado de “ Pelo Telefone “, criado pela dupla Donga e Mauro de Almeida.
Em 1928, a primeira escola de samba foi fundada e teve o nome de “ Deixa Falar “.
Na Bahia, as sociedades recreativas e carnavalescas também realizaram grandes bailes. Convém destacar que durante uma viagem do navio D.Pedro II, saindo do Recife com destino ao Rio de Janeiro, os músicos que realizaram a viagem resolveram se apresentar em Salvador, atendendo à solicitação da Prefeitura, numa quarta-feira anterior ao Carnaval.
A aceitação do povo acompanhando e dançando marchas e frevos, motivou os fundadores da Dupla Elétrica Dodô e Osmar, utilizando cavaquinhos e violão, devidamente amplificados, abrindo as possibilidades de um novo tipo de Carnaval de rua, em 1950, com os famosos Trios Elétricos. Com os movimentos culturais diversos, são realizados shows musicais com cantores e bandas famosas, principalmente em Salvador.
Atualmente, o fenômeno do Carnaval é destacado em uma série de cidades brasileiras, passando pelos Bonecos de Olinda, Afoxés de Salvador, Blocos em Belo Horizonte, o destile das Escolas de Samba em São Paulo, Blocos de Rua e Escolas de Samba de Porto Alegre, entre outras manifestações como o Carnaval fora da época em Uruguaiana Embora seja conhecido como o país do Carnaval, o Brasil não é o único a comemorá-lo de forma intensa. Cidades como Veneza (Itália), Nice (França), Nova Orleans (EUA), Ilhas Canárias (Espanha), Oruro (Bolívia) e Barranquilla (Colômbia), também celebram a festa de forma bem animada.
O Carnaval tem história, é Cultura e é um fenômeno social e econômico. Carnaval é alegria. Carnaval é terapia. Além de ser feriado nacional, possibilitando viagens para a folia ou descanso na cidade de residência. Será? Respeitam-se todas as opiniões contrárias, São Reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.
Abdon Barretto Filho – Economista e Mestre em Comunicação Social