Abdon Barretto Filho – Economista e Mestre em Comunicação Social
Entre muitos desafios para o planejamento, organização, direção e controle do Marketing de uma cidade o principal é conseguir atrair o interesse do visitante. São muitas opções de ofertas turísticas e a demanda turística é uma variável incontrolável. Engana-se quem acredita que a oferta estruturada é capaz de atrair visitantes. São indispensáveis ações nos mercados emissores e com seus agentes econômicos, incluindo os parceiros e intermediários. A participação da rede mundial dos computadores, com plataformas e redes sociais, tem aumentando a promoção e a distribuição da imagem turística e seus atrativos geográficos, históricos, culturais, equipamentos e serviços. Entretanto, os exemplos mundiais demonstram que as vendas e as parcerias com os transportadores, meios de hospedagem, organizadores e promotores de eventos, espaços temáticos, entre outros integrantes do sistema produtivo do turismo podem fazer grandes diferenças. Convém destacar que a cidade pode ser boa para habitar e também pode ser boa para visitar. Porém, sem investimentos nas políticas e estratégias comunicacionais, incluindo a comunicação mercadológica e a promoção de venda do destino, os fluxos de visitantes são insatisfatórios. Nos destinos turísticos, as ferramentas do City Marketing existem há muitos anos. No Brasil, infelizmente, são poucas iniciativas e sem continuidades. Ignoram as forças do mercado e esperam que o visitante espontaneamente vá ou venha visitar a cidade. Faltam marketing e vendas, indispensáveis na economia de mercado. Não aplicam comunicação mercadológica e não realizam ações nos mercados emissores como eventos promocionais (palestras, conferências para formadores de opinião, reuniões de negócios), anúncios, reportagens, entre outras ações capazes de influenciarem as decisões de destinos, hospedagens, passeios e atividades. Nos meus livros, palestras, assessorias, projetos e diagnósticos são constantes os equívocos de alguns gestores. Encontrei profissionais sem conhecimentos técnicos sobre o fenômeno turístico ocupando cargos na gestão pública e nada contribuem para as políticas públicas. Nas empresas, os incompetentes são eliminados pelas forças do mercado. Além das deficiências, esquecem das possibilidades de vendas para excursionistas (menos de 24 horas) no destino turístico e/ou parcerias com as companhias aéreas para as possibilidades das implantações das paradas entre cidade denominada de “stopover” que é uma prática de viagem que consiste em fazer uma parada em uma cidade intermediária durante um voo de longa distância. Não há stopover em Porto Alegre. Promover o destino turístico, captar e organizar eventos, buscar parcerias estratégicas para vender os atrativos, a comercialização ( oficial e privada), entre outras ações são atividades profissionais. As metodologias e experiências estão disponíveis e os profissionais experientes, também. Por que não aplicam ? Quais os responsáveis pelas omissões ?São os neófitos inexperientes ou as vontades políticas? Será que existem culpados ? Respeitam-se todas as opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.